12 de jun. de 2009

O Homem quebrado

Imagens
Apenas imagens distorcidas
Um lugar particular
Uma terra que não se pisa com sapatos
Caminhando debaixo de um sol escaldante
Carregando tantos cadáveres
Tornam-se mais pesados a cada passo
E o caminho torna-se mais árduo a cada metro percorrido
Lá esta ele...
Um pequeno ponto
Em meio ao deserto
Lentamente vai se distanciando
O silencio permanece mesmo quando a insanidade implora por um grito
Friamente mantém seus olhos fixados no ponto aonde quer chegar
Ninguém enxerga a humanidade
Algo que já foi sua maior virtude
Tempos remotos
O passado o torna fraco
A dor lhe fortifica os tendões
E assim
Sente que o sol não lhe causa mal algum
E nada lhe derruba
Pois não se derruba algo que não esta em pé
O homem quebrado segue seu caminho
Driblando os fantasmas em seu caminho
As tempestades de areia irritam lhe os olhos
Um fio de nuvem nasce no horizonte
Mas não lhe arranca sequer uma ponta de esperança
Nem mesmo um sorriso de lado
Então ele verifica seu estoque de água
E vê que não há nenhuma gota mais
O desespero não chega a arranhar sua fé
Estranho haver tanta fé em alguém sem alma
Mas há
Há tempos a direção de tal fé, era em coisas simples
Que traziam leveza a o espírito
Hoje
O fim é tudo que lhe resta
A libertação desta casa de carne e dor
Faz-lhe seguir, cada vez mais longe
Mas não haverá paz
Nem libertação
Nem gramados esverdeados
Ou paz real, antes de enterrar os milhares de corpos que ele carrega.
Tão desumano, e tão vulnerável
Rasgado e destruído
Jogado de lado
Violentado e apedrejado
Lá se vai o homem quebrado...
Em busca do perdão para seus pecados
Em busca de uma morte no mínimo digna...

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