17 de jun. de 2010

A luta

Cansado de tudo isso...
E todas as coisas só lhe fazem sentir mais distante
Sentado neste trono de ouro
Em um reino vazio
Imagina um futuro
E nada o faz querer estar lá
Aos pedaços e espalhado pelo assoalho
A confusão o consola
Jamais conseguiria moldar-se
Nem ser o que fora há tempos atrás
Quantos desejos insanos o tomam aqui
E quantos outros mais o tomarão
Neste quarto escuro
E sem compreender ainda o motivo de tantas correntes
Seria ele, perigoso?
Buscando respostas em sua atordoada memória
Não se recorda de nada...
Flashes de uma vida jamais vivida
Assombram-lhe a cada madrugada fria
Uma lagrima pesada e sem sentido
Insiste em machucar seus olhos
A ira e o tédio se aliam a fim de derrubá-lo
O muro mais alto e forte
Vai se desfazendo como uma construção de areia
Logo a imagem vai ficando mais nítida
O homem em pé e só
Diante das ruínas
Sem armadura ou armas
Vestido apenas com seu orgulho
Ele quer lutar
Mesmo que não haja um motivo
Seu sangue não será vendido tão barato
Do outro lado, o opressor
Acompanhado de um exercito que de tão infinito
É comparado a um céu estrelado
Existir não importa
A lamina quente o aguarda
Mas o homem nu não da sequer um passo para trás
Tantas batalhas inúteis já foram travadas
Vitorias sem sentido
Alegrias passageiras e fúteis
Seu exercito já não o pertence mais
Todos já se foram.
O silencio ensurdecedor o torna mais forte
Um vento calmo e nostálgico acaricia-lhe o rosto
Em pouco tempo
Tudo estará acabado
Para ambos os lados.
O medo não o toma neste instante
Morrer torna-se algo maravilhoso a se pensar
A ansiedade faz seus batimentos subir até o céu
Um breve momento a sós
Toda a espera que torna um milésimo em uma vida
Ele vai lutar...
Sim! Ele irá!
Correndo em direção ao fim
Ele consegue recorda-se
Tudo parece tão nítido agora
O fim e o início o acompanham
Lado a lado
Como se fossem seus generais mais fieis.
Algumas cabeças são derrubadas
Mas logo toda a euforia se transforma
E um golpe certeiro o derruba
Tudo acaba tão rápido
E o fim o abraça tão carinhosamente
Assim, como um bom amigo o reencontra
Morrer com uma espada na Mão
Não o fez mais nobre
Nem mais corajoso
Mas ele sabia que o fim
Deveria ser igual a toda a existência
O homem sem armas lutou até o fim
Mesmo sem motivos...

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