Estou preso
Encontro-me na mais profunda e gélida prisão
Da minha mente imprevisível
Nada o que eu diga pode ser usado em minha defesa
E nenhum argumento é solido
Indigente
Maldito
Culpado
Assassino
Palavras leves, diante do ato em si
Tentei fugir para outra realidade
Outro país
E deixar meu passado na memória
Escondido até de mim
Mas não se esquece assim o que se torna
Fiz plástica em toda a extensão de meu corpo
Troquei minhas digitais
E córneas
Refiz-me
Mudei todo meu exterior
E assim, como um assassino que esta em fuga
Eu procurei as rotas mais improváveis
A pior classe deste avião
Meu álibi não condisse com minha versão
Eu estive lá
Não importa agora
Ninguém me daria uma moeda
Nem sequer um de seus ouvidos
Estava ali
Sem vida
Um corpo deitado
E mesmo assim
Não reparei uma parte suja em seu rosto
Seu sorriso indicou uma morte leve
E seus olhos ainda abertos
Contradisseram a mesma tese
Não importa
Esta feito
Sou o inimigo da moral
Meu inimigo pessoal
Correndo seu rumo
Em fuga
Em desespero
Que se mistura com a adrenalina
Fusão letal!
Uma grande nuvem negra
Toma o céu neste momento
Uma grande tempestade se aproxima de mim
Meu vôo será cancelado pela décima vez
Pela décima jogarei pedras em mim mesmo
E permanecerei aqui
Com minha paranóia a devorar meus pensamentos
Meu radar torto e desorientado
Desconfiando até de mim
As poucos vou me lembrando do que deveria enterrar em minha mente
Desenterro mil cadáveres
E me surpreendo com a quantidade de corpos
Uma musica toca nos alto falantes
Aquela musica
Que me fazia sentir a doce paz
De um domingo tedioso
Jamais será assim
A cada domingo morrerei
Em cada tarde tediosa
O ócio das 3:00 irá me trazer a mesma imagem distorcida
E assim serei condenado por este jure de uma só pessoa...
Se matei?
Ainda não consigo lembrar
Só posso dizer que
Sou culpado
Não por assassinar
Nem por estar ensangüentado com um corpo nos braços
A fuga,
Significa mais do que uma arma nas mãos...
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