13 de jan. de 2011

O Homem invisível

Sou uma vírgula
Sou uma dor aguda no peito
Atendo a teus pedidos desesperados
É ai que eu ofereço minha ajuda
Escuto-te
Conforto-te
Sou seu vicio
Tua droga
Seu uso, dia após dia
Você me diz coisas fúteis
E eu te mostro as maravilhas do mundo moderno
Eu mergulho bem fundo pra tenta te encontrar
Mas teu lago esta poluído demais.
Seu querer é tão indeciso
Você me arranca sorrisos falsos o tempo todo
Falsidade que não esta no sorriso
E sim nos motivos pra sorrir
Eu só quero acreditar que existo
Vou acreditar mais na próxima chance
Pois já estou farto desta fé vazia.
Sua roda de amigos é tão letal a minha existência
Eu tenho uma frase e um cigarro no maço
Mas vou guardá-los pra mais tarde.
Seu vestido branco esta tão sujo hoje
O que eu deveria fazer?
Seu mundo me consome
A chuva só vem pra molhar minhas roupas.
Eu sou o sol e seus efeitos
Você me quer
Mas só para se bronzear sua pele em minha luz
Ninguém comenta sobre mim
Acho que não seria um bom tema
Ninguém me percebe quando a crise me devora
Eu sou aquele que esteve em coma por 30 anos
E acordou desnorteado
Sou o rapaz tímido que sofreu calado diante da tortura
Sua festa esta tão vazia
Acho que seus amigos se cansaram de você
Acho que todo o teatro de uma vida
Afinal não suporta tantos atos
Você continua dia após dia
Riscando nomes de tua agenda
Aquela de capa de ouro
Tantos riscos que poderiam ser assumidos
E você tem sempre uma ultima opção em mim
E eu só quero permanecer abraçando esta mentira
De que sou a primeira das delas
Como um viciado largado de tua própria fé
Sem caminhos ou desejos reais
Apenas se agarrando a cordas desgastadas
Vou vivendo cada vertigem
Sem muitos medos de possíveis quedas
Gravando cada segundo em minha pele
E você seguirá usando esta droga
E eu sempre estarei esperando que cada dose minha
Possa te levar mais e mais longe.

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